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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

CONHEÇA O INSTITUTO PROCESSUS

FINANÇAS PÚBLICAS II GRADUAÇÃO

FACULDADE PROCESSUS

PROFESSOR: FLÁVIO PEREIRA DE SOUSA

Curso: GESTÃO FINANCEIRA Turno: MATUTINO/NOTURNO Módulo:

Disciplina: FINANÇAS PÚBLICAS Data: 25/08/2010



1. CONTABILIDADE PÚBLICA

CONCEITO

É o ramo ou especialização da ciência contábil que aplica, na Administração Pública, as técnicas de registros e avaliações contábeis em consonância com as normas gerais do Direito Financeiro, tendo o seu diploma legal consubstanciado na Lei 4.320, de 17 de março de 1964, que trata de normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.



Tem por objetivos a captação, o registro, o acúmulo, o resumo e a interpretação dos fenômenos que afetam as situações orçamentárias, financeiras e patrimoniais das entidades de direito público interno e suas autarquias, por meio de metodologia especialmente concebida para tal fim.



Em outras palavras, é um ramo da Contabilidade que estuda, orienta, controla e registra os atos e fatos da administração pública, demonstrando o seu patrimônio e as suas variações, bem como acompanha e demonstra a execução do orçamento.



Alguns conceitos previstos em normas legais:



“A contabilidade Pública estuda, registra, controla e demonstra o orçamento aprovado e acompanha a sua execução” (art. 78 do Decreto-Lei nº 200/67).



“A contabilidade deverá apurar os custos dos serviços de forma a evidenciar os resultados da gestão” (Art. 79 do Decreto-Lei nº 200/67).



“Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais a análise e interpretação dos resultados econômicos e financeiros” (art. 85 da Lei nº 4.320/64).



“A contabilidade evidenciará perante a Fazenda Pública a situação de todos quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrarem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados” (art. 83 da Lei nº 4.320/64).



Analisando os conceitos acima podemos afirmar que a contabilidade pública registra a previsão da receita e a fixação da despesa estabelecida no orçamento, escritura a execução orçamentária, faz a comparação entre a previsão e realização das receitas e despesas, controla as operações de crédito, a dívida ativa, os valores, os créditos, as obrigações, etc. e ainda revela as variações patrimoniais e demonstra a situação do patrimônio público.



A Contabilidade Pública registra atos?

Sim, e essa é uma de suas peculiaridades. Exemplo, o ajuste de um convênio ou um contrato (ato administrativo) deve ser controlado pela Contabilidade Pública.

Esse controle é realizado através de contas de compensação (art. 105, §5º, da Lei nº 4.320/64). Essas diferenças são relevantes, haja vista que a contabilidade empresarial não registra o controle do orçamento e nem contabiliza atos administrativos.



2. NATUREZA DO REGISTRO DOS ATOS E FATOS NA CONTABILIDADE PÚBLICA

REVISÃO CONTABILIDADE GERAL



Fato administrativo ou fato de gestão é qualquer negócio realizado pela administração que modifique o patrimônio da empresa, em termos de qualidade ou quantidade.



Os administradores (diretores, sócios-gerentes) atuam em nome da sociedade e, com essa finalidade, executam uma série de negócios envolvendo a pessoa jurídica. Quando esses negócios afetam o patrimônio da empresa, recebem o nome de fatos administrativos.



São fatos administrativos: compras à vista ou a prazo de bens, vendas à vista ou a prazo de mercadorias e serviços, pagamentos e recebimentos etc.



Fato administrativo é a mesma coisa que fato contábil?

Em sentido estrito, não. Fato contábil é qualquer ocorrência que modifique o patrimônio, seja decorrente ou não de negócio realizado pela administração. A expressão “fatos contábeis” é mais abrangente, pois inclui os fatos administrativos. Todo fato administrativo é necessariamente um fato contábil. Entretanto, existem fatos contábeis que não são fatos administrativos. Por exemplo: se um incêndio provoca a perda de mercadorias, o patrimônio sofre redução. Esse fato não é decorrente da gestão, mas produz variação patrimonial. Trata-se de um fato contábil.



A Teoria da Azienda defendia o ponto de vista de que somente os fatos decorrentes da gestão deveriam ser considerados pela Contabilidade. Prevaleceu, porém, a Teoria Patrimonialista, segundo a qual devem ser registrados todos os fatos que afetem o patrimônio.



A legislação brasileira também determina que sejam registrados todos os fatos que alteram o patrimônio, ainda que não originários da gestão.



Na prática, porém, alguns contabilistas utilizam a expressão “fato contábil” como sinônimo de “fato administrativo”.



Ato administrativo é qualquer negócio realizado pela administração que não modifique o patrimônio.



Alguns atos administrativos têm como conseqüência fatos administrativos. Quando a empresa, por intermédio de seus diretores, é fiadora num contrato de aluguel, ocorre um ato administrativo. Todavia, se o valor da locação não for honrado pelo locatário, a empresa deverá ter de pagar o aluguel. Tratar-se-á de um fato administrativo. A concessão de aval (garantia dada em título de crédito) é um ato administrativo. No entanto, o pagamento pelo avalista de dívida não honrada pelo devedor principal será um fato administrativo.



Algumas empresas mantêm o controle dos atos administrativos relevantes por meio de contas de compensação.



As contas de compensação não se confundem com as patrimoniais ou de resultado, que são destinadas ao registro dos fatos contábeis.



Os atos administrativos que possam provocar efeitos relevantes sobre o patrimônio devem ser indicados em notas explicativas (esclarecimentos que acompanham as demonstrações contábeis e têm como objetivo facilitar o entendimento e a análise da situação patrimonial da empresa).

A contabilidade Pública registra os atos e fatos de natureza orçamentária, financeira, patrimonial, industrial e de compensação, da administração pública (art. 89 e art. 105, §5º, da Lei 4.320/64).



Portanto, a Contabilidade Pública deverá evidenciar, perante a fazenda pública, a situação de todo e qualquer gestor público, que de qualquer modo arrecadem receitas, efetuem despesas , administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados (art. 83, da Lei 4.320/64).



Exemplo:

(CESPE – MJ/Perito Criminal Federal/2004) Cabe à contabilidade evidenciar, perante a fazenda pública, a situação de todos quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados.



Comentário: O art. 83 da Lei nº 4.320/64 estabelece que a contabilidade evidenciará perante a Fazenda Pública a situação de todos quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados. Opção correta.



ATENÇÃO: Nessa disciplina devemos sempre ficar atentos aos conceitos legais. Para fins de concursos, às vezes os questionamentos são “cobrados” literalmente como está na norma.

3. DA CONTABILIDADE - DISPOSIÇÕES GERAIS

A contabilidade Pública tem uma estrutura de funcionamento que lhe é, especificamente, peculiar. Tornar-se evidente quando há um registro de uma operação contábil qualquer e, ainda, quando são elaborados os balanços (orçamentário e patrimonial) e as demonstrações das variações patrimoniais. Isto porque tanto os registros contábeis quanto os balanços e a demonstração das variações patrimoniais apresentam características bastante diferenciadas de outras formas de fazer contabilidade.



Este procedimento faz-se necessário em razão da utilização do orçamento nas compras, as quais devem ser empenhadas e liquidadas. Depois de se constatar a regularidade administrativa dos atos, efetua-se o pagamento – despesa orçamentária. E, quanto às receitas, todos os ingressos no caixa do Estado, desde que sejam destinados ao pagamento das despesas orçamentárias, são receitas orçamentárias, além da escrituração que tem de ser feita no sistema a que pertence. Para atender a essas novidades, a Contabilidade Pública viu-se obrigada a se estruturar, para que fossem atendidas essas determinações.



Entre outras, há uma característica importante, exclusiva da Contabilidade Pública. Trata-se da escrituração das operações em sistemas distintos. Já os recursos que ingressam no caixa do Estado são de duas ordens: receitas orçamentárias, as que se destinam a financiar as despesas orçamentárias; e receitas extra-orçamentárias, evidentemente, as que não têm essa destinação, porém criam para o Estado uma obrigação de pagamento, pois passam a fazer parte da dívida flutuante ou passivo financeiro (art. 93 da Lei 4.320/64)



3.1 CONTAS DE RESULTADO

As contas de resultado destinam-se a demonstrar a variação ocorrida na situação patrimonial do Estado no exercício financeiro. São quatro as contas de resultado: a) receitas; b) despesas; c) variações ativas; e d) variações passivas.



As duas primeiras fazem parte do sistema financeiro e as outras, do sistema patrimonial.



Em que pese ao número de contas de resultado, qualquer operação que vier a ser escriturada irá, como na Contabilidade Privada, resultar nos fatos já conhecidos, ou seja: permutativo, modificativo e misto.



Outra particularidade da Contabilidade Pública está na escrituração, que obedece ao método das partidas dobradas – art. 86 desta Lei – e realiza os registros contábeis da Contabilidade Pública e qualquer outro tipo de Contabilidade que queira usar esta sistemática.



As contas de resultados dividem-se em:

a) financeiras: receitas (positivas); e despesas (negativas).

b) patrimoniais: variações ativas (positivas); e variações passivas (negativas).



3.2 INTERPRETAÇÃO DAS CONTAS DE RESULTADO

A) Receitas orçamentárias: As receitas orçamentárias representam a entrada de recursos no caixa do Estado destinados ao financiamento das despesas orçamentárias, independentemente de elas criarem, ou não, uma obrigação para o contratante. No caso, prevalece a sua destinação.



B) Despesas orçamentárias: Representam os pagamentos devidamente empenhados e as contrapartidas de restos a pagar que estejam também empenhadas.



C) Variações ativas: São representadas pelas alterações patrimoniais positivas, podendo te, ou não, reflexo na SLP.



As variações ativas que não afetem o patrimônio, mas criam um fato permutativo classificam-se no grupo resultante da execução orçamentária, também denominado de resultado orçamentário.



Quando a operação não for efetiva, deverá ser classificada no grupo independente da execução orçamentária, também conhecido por resultado extra-orçamentário, o qual afetará a SLP.



D) Variações passivas: São classificadas no grupo resultante da execução orçamentária, também denominado de “resultado orçamentário” e independente da execução orçamentária.



As variações passivas por mutação ocorrem quando o orçamento for executado, e na maioria das vezes, cria uma obrigação para o Estado. Isso acontece normalmente na realização de um empréstimo cujos recursos destinam-se a financiar as despesas orçamentárias. Neste caso, além de evidenciar um fato permutativo, mostra também o que significa uma receita por mutação.



As variações passivas efetivas são aquelas que não afetam a SLP; ou seja, elas ocorrerão toda vez que sua escrituração não exigir um registro no orçamento.



Exemplo: recebimento de doação de bens móveis no valor de R$ 300,00.

domingo, 29 de agosto de 2010

AUDITORIA GRADUAÇÃO III

FACULDADE PROCESSUS

PROFESSOR: FLÁVIO PEREIRA DE SOUSA

Curso: GESTÃO FINANCEIRA/SECRETARIADO Turno: MATUTINO/NOTURNO Módulo:

Disciplina: FUNDAMENTOS DE AUDITORIA Data: 30/08/2010



ÓRGÃOS RELACIONADOS COM OS AUDITORES



IBRACON



O instituto de Auditores Independentes do Brasil surgiu com o objetivo de concentrar em um único órgão a representatividade dos profissionais auditores, contadores com atuação em todas as áreas e estudantes de Ciências Contábeis.



A seriedade deste trabalho, reconhecida por órgãos reguladores como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e Banco Central, garante que a produção técnica do Instituto seja referendada e sirva como sustentação para as normas que cada uma destas entidades emite.



Esta grande preocupação com a qualidade técnica dos documentos, além do esforço em cuidar de todos os interesses dos profissionais e das empresas de auditoria, fez com que o IBRACON adquirisse a credibilidade que mantém como o único órgão de congregação dos auditores independentes.



Criado oficialmente em 13 de dezembro de 1971, o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, na época denominada com a sigla IAIB, concretizou o sonho dos profissionais que buscavam maior representatividade perante o poder público e a sociedade.



A transformação para a sigla IBRACON aconteceu em 1º de julho de 1982 quando o Instituto decidiu após assembléia abrir o quadro associativo para contadores de várias áreas de atuação. Então passou a ser denominado Instituto Brasileiro de Contadores.



Anos mais tarde, em 8 de Junho de 2001, a Diretoria Nacional aprovou a idéia de voltar a acentuar a característica de cuidar da classe dos auditores, porém como o nome IBRACON já estava consolidado, tanto no meio profissional como nos setores público e empresarial, optou-se por mantê-lo mudando a denominação para Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, como está atualmente, com abrangência de auditores, contadores e estudantes.



CFC e CRC



O conselho Federal de Contabilidade e os Conselhos Regionais de Contabilidade (CFC e CRC) foram criados pelo Decreto lei nº 9.295/1946. Esses conselhos representam entidades de classe dos contadores, ou seja, é o local onde o aluno, após concluir o curso de Ciências Contábeis na universidade, registra-se na categoria de contador.

A finalidade principal desses conselhos é o registro e a fiscalização do exercício da profissão de contabilista.



AUDIBRA



O Instituto dos Auditores Internos do Brasil (Audibra), fundado em 20-11-1960, é uma sociedade civil de direito privado e não tem fins lucrativos. O principal objetivo do Audibra é promover o desenvolvimento da auditoria interna, mediante o intercâmbio de idéias, reuniões, conferências, intercâmbio com outras instituições, congressos, publicações de livros e revistas e divulgação da importância da auditoria interna junto a terceiros.







CPC



ORIGEM

O comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi idealizado a partir da união de esforços e comunhão de objetivos das seguintes entidades: ABRASCA; APIMEC NACIONAL; BOVESPA; CFC; FIPECAFI e IBRACON.



ABRASCA: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS COMPANHIAS ABERTAS.



Companhias abertas são empresas que democratizam o seu capital, buscando novos acionistas junto ao público investidor. O grande envolvimento com o mercado de capitais exige o amadurecimento de sua gestão, sobretudo naquilo que se refere à capacidade e necessidade de prestar contas de sua evolução. Em conseqüência, a empresa de capital aberto passa a ter uma preocupação maior com o aperfeiçoamento da administração e isso se torna fundamental para obtenção de melhores resultados, beneficiando toda a estrutura.



A companhia aberta, via de regra, responde melhor aos desafios no sentido da eficiência. Diante de tais desafios, está sempre mais atenta aos melhores profissionais e à melhor tecnologia. Por tudo isso, em conjunto, as companhias abertas levam significativa vantagem, principalmente na velocidade e volume de recursos aportados para seus projetos. Além dessa vantagem, o seu modelo está mais adaptado à sociedade pluralista e, assim, fica melhor posicionada no contexto democrático e consegue transmitir maior rigidez à sua atuação, projetando uma imagem atual e dinâmica.



APIMEC: Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais



Histórico e Objetivos



A Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais - Apimec Nacional foi criada em junho de 1988, com a finalidade de congregar todas as Apimecs Regionais - Distrito Federal, Minas Gerais, Nordeste, Rio de Janeiro, São Paulo e Sul.



O Profissional de Investimentos



Os profissionais típicos de investimento são pessoas formadas em administração de empresas, economia, ciências contábeis, engenharia ou direito, que trabalham em instituições financeiras, asset management companies, seguradoras, fundos de pensão e empresas de consultoria.



Regra geral, são analistas de valores mobiliários, administradores de portfolio, analistas de project finance, gerentes de corporate finance, gerentes de underwriting de renda fixa e variável, business planning e profissionais de direção das instituições para as quais trabalham.



Principais objetivos da Apimec Nacional



A Apimec Nacional funciona como uma confederação das Apimecs e concentra suas atividades na certificação dos profissionais, representação política institucional frente ao governo e entidades representativas congêneres do mercado, no intercâmbio internacional com outras confederações de profissionais.



Desenvolve estudos e pesquisas visando o desenvolvimento do mercado de capitais e a capacitação dos profissionais.



Promove em bases bianuais o congresso geral da categoria e anualmente o "Prêmio Apimec" que distingue profissionais e empresas que mais se destacaram no período nas categorias analista, companhia aberta, imprensa, relações com investidores e especial.



As Regionais, por sua vez, dedicam-se ao treinamento dos profissionais, através de cursos e seminários; à elaboração de trabalhos técnicos através de comissões temáticas permanentes;, à promoção de reuniões com empresas e ao relacionamento com todos os associados.



Organização da Apimec Nacional



A associação é dirigida por um Conselho Diretor, sendo que o presidente e o vice são eleitos diretamente pelos associados das Regionais e os conselheiros são os seis presidentes das Regionais.



Além do Conselho Diretor existe uma Diretoria Executiva cuja presidência e vice são exercidas pelo presidente e vice do Conselho e quatro diretores indicados pelo presidente.



BOVESPA



A BM&FBOVESPA é uma companhia de capital brasileiro formada, em 2008, a partir da integração das operações da Bolsa de Valores de São Paulo e da Bolsa de Mercadorias & Futuros.

É a principal instituição brasileira de intermediação para operações do mercado de capitais e a única bolsa de valores, mercadorias e futuros em operação no Brasil.



FIPECAFI



Em 1970, professores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA/USP colocaram no papel as suas experiências e lançaram o livro Contabilidade Introdutória. A publicação trouxe à luz um novo pensamento, quebrou tabus, varreu conceitos anacrônicos. Começava a Revolução Contábil. Em 1974, criaram a FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras. O Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA/USP jamais seria o mesmo. Seus projetos modificaram o cenário Contábil, Atuarial e Financeiro do País. Uma atuação pioneira que contribui para a evolução na forma de se fazer Contabilidade no Brasil. Elaborar, divulgar e dar transparência às demonstrações contábeis. Um universo importante de setores econômicos foi considerado nessas atividades. Projetos executados para a CVM e Banco Central resultaram em manuais que regem a contabilidade dos setores de sociedades por ações, instituições financeiras e fundos de investimento, dentre outros.

E, mais recentemente, o trabalho pioneiro avança rumo à inserção no Mercado de Capitais e ao Processo de Internacionalização das organizações brasileiras com a atuação da FIPECAFI na qualidade de membro fundador do CPC, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Entidade criada por resolução do Conselho Federal de Contabilidade que atua no processo de produção de normas contábeis, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais.

Pioneirismo também ao desenvolver pesquisas na área de Contabilidade Gerencial envolvendo o desenvolvimento, conceitual e técnico, de instrumentos de apoio à gestão estratégica de custos e à gestão econômica de negócios.

Um projeto multidisciplinar importante é também abordado no âmbito da FIPECAFI, atuando em parceria com a FEA/USP. Geração de vantagem competitiva para produtos e serviços com o desenvolvimento de modelos integrados de engenharia logística, tributária e financeira. O resultado prático dessa atuação: artigos, teses, modelagens, consultorias, cases e um curso de MBA voltado à visão estratégica da logística.

Os cursos MBA, um caminho natural de uma fundação de renomados professores e especialistas de mercado, complementam as atividades. Foram iniciados em 1994 e são reconhecidos pelo MEC desde novembro de 2004. Estrategicamente, a incursão na área de ensino à distância fecha o rol de esferas de atuação e amplia o alcance da grade de cursos de curta duração. Porque acompanhar a revolução da tecnologia e facilitar o acesso ao conhecimento é preciso.

Em função das necessidades de:

- convergência internacional das normas contábeis (redução de custo de elaboração de relatórios contábeis, redução de riscos e custo nas análises e decisões, redução de custo de capital);

- centralização na emissão de normas dessa natureza (no Brasil, diversas entidades o fazem);

- representação e processo democráticos na produção dessas informações (produtores da informação contábil, auditor, usuário, intermediário, governo).



CRIAÇÃO E OBJETIVO



Criado pela Resolução CFC nº 1.055/05, o CPC tem como objetivo “o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais”.



CARACTERÍSTICAS BÁSICAS



- O CPC é totalmente autônomo das entidades representadas, deliberando por 2/3 de seus membros;

- o Conselho Federal de Contabilidade fornece a estrutura necessária;

- as seis entidades compõem o CPC, mas outras poderão vir a ser convidadas futuramente;

- os membros do CPC, dois por entidade, na maioria Contadores, não auferem remuneração.



Além dos 12 membros atuais, serão sempre convidados a participar representantes dos seguintes órgãos:



- Banco Central do Brasil;

- Comissão de Valores Mobiliários (CVM);

- Secretaria da Receita Federal;

- Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).



Outras entidades ou especialistas poderão ser convidados. Poderão ser formadas Comissões e Grupos de Trabalho para temas específicos.



Produtos do CPC:

- Pronunciamentos Técnicos;

- Orientações; e

- Interpretações.



ESTRUTURA



Assembléia dos Presidentes das Entidades:



- elegem os membros do CPC (representantes das seis entidades), com mandatos de quatro anos (exceto metade dos primeiros membros, com dois anos);

- podem, por 3/4 de seus membros, indicar outros membros do CPC;

- podem alterar o Regimento Interno do CPC.



Quatro coordenadorias:



- de operações;

- de relações institucionais;

- de relações internacionais;

- técnica.





O QUE LEVA UMA EMPRESA A CONTRATAR UM AUDITOR EXTERNO





Os principais motivos que levam uma empresa a contratar um auditor externo ou independente são os seguintes:



- obrigação legal;

- como medida de controle interno tomada pelos acionistas, proprietários ou administradores da empresa;

- imposição de um banco para ceder empréstimo;

- imposição de um fornecedor para financiar a compra de matéria-prima;

- atender às exigências do próprio estatuto ou contrato social da companhia ou empresa;

- para efeito de compra da empresa (o futuro comprador necessita de uma auditoria a fim de determinar o valor contábil correto do patrimônio líquido da empresa a ser comprada);

- para efeito de incorporação da empresa (é a operação pela qual a empresa é absorvida por outra, que lhe sucede em todos os direitos e obrigações);

- para efeito de fusão de empresas (é a operação pela qual se unem duas ou mais empresas para formar uma nova sociedade, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações);

- para fins de cisão da empresa ( é a operação pela qual a empresa transfere parcelas de seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a empresa cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se seu capital, se parcial a distribuição);

- para fins de consolidação das demonstrações contábeis (a consolidação é obrigatória para a companhia aberta que tiver investimentos em sociedades controladas).



Normalmente, as empresas subsidiárias estrangeiras no Brasil contratam os serviços das firmas com associações internacionais de auditoria sediadas no Brasil, cuja associada no exterior audita a matriz da subsidiária. Já as empresa nacionais contratam auditores por meio de concorrências ou tomadas de preço, em que se buscam obter as melhores condições comerciais na contratação do serviço de auditoria.



O auditor externo ou independente é um prestador de serviços, e, como todo prestador de serviços, seu custo principal é com pessoal. Portanto, por ocasião de uma concorrência, o auditor externo colhe informações junto à empresa para que possa estimar, por área (caixa e bancos, contas a receber etc.) e categoria de profissional, as horas que serão gastas no serviço de auditoria. Posteriormente, o auditor externo valoriza essas horas pelas taxas-padrão são fixadas com base em índice ou moeda estável, como, por exemplo, dólar.



Normalmente, o auditor externo ou independente executa o serviço de auditora em duas fases que são chamadas de fase preliminar e fase final.



A fase preliminar representa as visitas que o auditor externo faz à empresa antes do encerramento do exercício social, cujo objetivo principal é obter maior conhecimento sobre suas operações, coordenar junto a ela as necessidades de informações e dados para a execução do serviço de auditoria e tentar identificar previamente problemas relacionados, principalmente, com contabilidade, imposto e auditoria. Na fazer preliminar, o auditor examina parte das demonstrações financeiras, como, por exemplo: receitas, despesas, compras de estoque e de bens do ativo imobilizado etc.



A fase final representa a visita que o auditor externo faz á empresa após o encerramento do exercício social, quando então ele completa o exame das demonstrações financeiras e emite sua opinião ou parecer.



RESPONSABILIDADE SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E NA DESCOBERTA DE IRREGULARIDADES



A empresa é responsável pela implantação de sistemas de controle interno de modo a permitir que as demonstrações contábeis ou financeiras reflitam sua posição patrimonial e financeira, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e os seus fluxos de caixa. As demonstrações financeiras, elaboradas pela empresa, são de sua inteira responsabilidade. O auditor externo é um profissional contratado pela empresa para opinara sobre suas demonstrações financeiras, que representam informações contábeis fornecidas por esta; conseqüentemente, a responsabilidade do auditor externo restringe-se a sua opinião ou parecer expresso sobre essas demonstrações financeiras.



O auditor externo deve examinar as demonstrações contábeis de acordo com as normas de auditoria geralmente aceitas; portanto, não é seu objetivo principal detectar irregularidades, conquanto estas possam vir a seu conhecimento durante a execução do serviço de auditoria. Se o auditor externo fosse dirigir seu trabalho no sentido de detectar irregularidades, o preço de seu serviço seria muito alto; mesmo assim, ele não poderia assegurar-se de que todas as irregularidades foram descobertas, devido ao fato de que é muito difícil detectar irregularidades não registradas, roubos em concluio.



Cumpre ressaltar que durante a execução do serviço de auditoria o auditor externo tem acesso a muitas informações confidenciais da empresa (salários, sistema de apuração de custos, sistema de produção, política de vendas etc.). Como qualquer outro profissional, o auditor externo deve manter sigilo dessas informações, mesmo dentro da própria empresa. Com medida de sigilo profissional, o auditor externo não deve permitir que terceiros tenham acesso a seus papéis de trabalho sobre a empresa.





NORMAS DE AUDITORIA GERALMENTE ACEITAS



As normas de auditoria representam as condições necessárias a serem observadas pelos auditores externos no desenvolvimento do serviço de auditoria, e são as seguintes:

- normas gerais relativas à pessoa do auditor:

* a auditoria deve ser executada por pessoa legalmente habilitada, perante o CRC;

* o auditor deve ser independente em todos os assuntos relacionados com seu trabalho;

* o auditor deve aplicar o máximo de cuidado e zelo na realização de seu exame e na exposição de suas conclusões;



- normas relativas à execução do trabalho:

* o trabalho dever ser adequadamente planejado; quando executado por contabilistas-assistentes, estes devem ser convenientemente supervisionados pelo auditor responsável;

* o auditor deve estudar e avaliar o sistema contábil e o controle interno da empresas, como base para determinar a confiança que neles pode depositar, bem com fixar a natureza, a extensão e a profundidade dos procedimentos de auditoria a serem aplicados:

* os procedimentos de auditoria devem ser estendidos e aprofundados até a obtenção dos elementos comprobatórios necessários para fundamentar o parecer do auditor:



- normas relativas ao parecer:

* o parecer deve esclarecer:

1- se o exame foi efetuado de acordo com as normas de auditoria geralmente aceitas;

2- se as demonstrações contábeis examinadas foram preparadas de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade;

3- se os referidos princípios forma aplicados, no exercício examinado, com uniformidade em relação ao exercício anterior;



* salvo declaração em contrário, entende-se que o auditor considera satisfatórios os elementos contidos nas demonstrações contábeis examinadas e nas exposições informativas constantes das notas que as acompanham;



* o parecer deve expressar a opinião do auditor sobre as demonstrações contábeis tomadas em conjunto. Quando não se puder expressar opinião sem ressalvas sobre todos os elementos contidos nas demonstrações contábeis e notas informativas, devem ser declaradas as razões que motivaram esse fato. Em todos os casos, o parecer deve conter indicação precisa da natureza do exame e do grau de responsabilidade assumida pelo auditor.

AUDITORIA GRADUAÇÃO II

FACULDADE PROCESSUS

PROFESSOR: FLÁVIO PEREIRA DE SOUSA

Curso: GESTÃO FINANCEIRA Turno: MATUTINO/NOTURNO Módulo:

Disciplina: FUNDAMENTOS DE AUDITORIA Data: 17/08/2010



AUDITORIA EXTERNA



A auditoria externa ou auditoria independente surgiu como parte da evolução do sistema capitalista. No início, as empresas eram fechadas e pertenciam a grupos familiares. Com a expansão do mercado e o acirramento da concorrência, houve a necessidade de a empresa ampliar suas instalações fabris e administrativas, investir no desenvolvimento tecnológico e aprimorar os controles e procedimentos internos em geral, principalmente visando à redução de custos e, portanto, tornando mais competitivos seus produtos e serviços no mercado.



Entretanto, para processar todas essas mudanças seria necessário um volume de recursos impossível de ser obtido por meio das operações lucrativas da empresa ou do patrimônio de seus proprietários. Por conseguinte, a empresa teve de captar esses recursos junto a terceiros, principalmente mediante empréstimos bancários a longo prazo, emissão de debêntures e abrindo seu capital social para novos acionistas.



Debêntures

 Debênture é um título emitido apenas por sociedades anônimas não financeiras de capital aberto, com garantia de seu ativo e com ou sem garantia subsidiária da instituição financeira, que as lança no mercado para obter recursos de médio e longo prazo, destinados normalmente a financiamento de projetos de investimentos ou alongamento do perfil do passivo.



 Em resumo, corresponde a um empréstimo que o comprador do título faz à empresa emissora.



 Basicamente, uma debênture é uma forma de financiamento através de empréstimo a longo prazo.



No entanto, esses futuros investidores precisavam conhecer a posição patrimonial e financeira, a capacidade de gerar lucros e (caixa) e como estava sendo efetuada a administração financeira dos recursos na empresa (natureza das fontes de recursos e aplicação destes). Essa necessidade de informação era para que o investidor pudesse avaliar a segurança, a liquidez e a rentabilidade de seu futuro investimento, ou eventual risco de crédito. A melhor forma de o investidor obter essas informações era por meio das demonstrações contábeis da empresa, ou seja, o balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício, a demonstração das mutações do patrimônio líquido, a demonstração dos fluxos de caixa e as notas explicativas.



Como conseqüência, as demonstrações contábeis passaram a ter importância muito grande para os futuros aplicadores de recursos, tanto na forma de instrumento de dívida quanto na forma de instrumento de capital. Como medida de segurança contra a possibilidade de manipulação de informações, os futuros investidores passaram a exigir que essas demonstrações fossem examinadas por um profissional independente da empresa e de reconhecida capacidade técnica. Esse profissional, que examina as demonstrações contábeis da empresa e emite sua opinião sobre estas, é o auditor externo ou auditor independente.



DESENVOLVIMENTO DAS TÉCNICAS DE AUDITORIA



O auditor externo não poderia ser engenheiro, arquiteto ou advogado, já que seu trabalho seria o exame das demonstrações contábeis. O profissional que entende de contabilidade é o contador; portanto, o auditor externo teria de ser um contador.



Na fase inicial do desenvolvimento das técnicas de auditoria, surgiram muitas dúvidas, principalmente relacionadas com a amplitude dos testes. A principal delas era a seguinte: o auditor externo para dar sua opinião sobre as demonstrações contábeis teria de examinar todos os lançamentos contábeis referentes àquele exercício social?



Caso examinasse todos os lançamentos contábeis, além do alto custo do serviço de auditoria, a opinião do auditor não teria utilidade, devido ao fato de que provavelmente seria emitida com muito atraso.



Existe realmente a necessidade de o auditor examinar todos os lançamentos contábeis?



Em primeiro lugar, o auditor externo deve-se preocupar com erros que, individual ou cumulativamente, possam levar os leitores das demonstrações contábeis a terem uma interpretação errônea sobre elas. Portanto, o valor desses erros teria de ser significativo em relação às demonstrações contábeis. Exemplificando, um erro de R$ 10.000,00 em um lucro líquido do exercício de R$ 5.000.000,00 não influenciaria a decisão do investidor de comprar ou não comprar ações da empresa.



Em segundo lugar, normalmente a empresa já tem um conjunto de procedimentos internos com o objetivo de evitar a ocorrência de erros. Esse conjunto de procedimentos internos é chamado, na prática, de sistema de controle interno.



O risco da ocorrência de um erro, em uma empresa com um bom sistema de controle interno, é muito menor do que em uma empresa com um sistema de controle interno ruim. O auditor externo utiliza o sistema de controle interno da empresa para determinar a amplitude dos testes de auditoria, ou seja, quando o controle interno for bom, o auditor externo faz um menor volume de testes; caso contrário, o auditor externo faz maior volume de teste.



Exemplificando, imagine a situação em que o auditor externo terá de fazer um total de 10 pontos, somando a nota dada ao controle interno e o volume de testes. A nota dada ao controle interno varia de “0 a 8”, sendo “0” a nota mais baixa e “8” a nota mais alta. A amplitude de testes varia de 2 a 10, ou seja, se a amplitude de testes é 3, quer dizer que o auditor deverá testar 30% dos lançamentos contábeis; isso pressupõe que a nota do controle interno foi 7, para formar um total de 10 pontos.



A B C







5





8



































= controle interno. = amplitude dos testes de auditoria.







A Figura A demonstra que a empresa tem um controle interno excelente (nota máxima), mas, mesmo assim, o auditor externo tem de fazer o volume mínimo de testes (20% do universo de itens a serem testados). Cabe ressaltar que o procedimento de efetuar um volume mínimo de testes está relacionado com as limitações do sistema de controle interno (incompetência e negligência).



A Figura B demonstra que a empresa tem um controle interno apenas razoável e, como conseqüência, o auditor tem de fazer um maior volume de testes (50% do universo de itens a serem testados).



A Figura C demonstra que e empresa não tem um sistema de controle interno; por conseguinte, o auditor externo deve examinar todos os itens do universo.



EVOLUÇÃO DA AUDITORIA EXTERNA NO BRASIL



Nas últimas décadas, instalaram-se no Brasil diversas empresas com associações internacionais de auditoria externa. Esse fato ocorreu em função da necessidade legal, principalmente nos Estados Unidos da América e na Europa, de os investimentos no exterior serem auditados. Essas empresas praticamente iniciaram a auditoria no Brasil e trouxeram todo um conjunto de técnicas de auditoria, que posteriormente foram aperfeiçoadas.



Basicamente, somente em 1965, pela Lei nº 4.728 (disciplinou o mercado de capitais e estabeleceu medidas para seu desenvolvimento), foi mencionada pela primeira vez na legislação brasileira a expressão “auditores independentes”. Posteriormente, o Banco Central do Brasil – BACEN , estabeleceu uma série de regulamentos, tornando obrigatória a auditoria externa ou independente em quase todas as entidades integrantes do Sistema Financeiro Nacional – SFN – e de 11-05-1972, as normas gerais de auditoria. Cabe ressaltar que a Resolução nº 321/72 do Conselho Federal de Contabilidade – CFC – aprovou as normas e os procedimentos de auditoria, os quais foram elaborados pelo Instituto dos Auditores Independentes Brasil – IAIB -, atualmente denominado Ibracon (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil).



Em 1976, a Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76, art. 177) determinou que as demonstrações financeiras ou contábeis das companhias abertas (ações negociadas em Bolsa de Valores) serão obrigatoriamente auditadas por auditores independentes registrados na Comissão de Valores Mobiliários - CVM.



O Conselho Federal de Contabilidade emitiu diversas normas específicas para auditores externas e internas, ao longo destes últimos anos.



Em 1999, a CVM emitiu a Instrução nº 308, que dispõe sobre o registro e o exercício da atividade de auditoria independente no âmbito do mercado de valores mobiliários e define os deveres e responsabilidades das entidades auditadas no relacionamento com os auditores independentes.



No momento (2009), estamos passando por uma fase de harmonização com as normas de auditoria internacional, estando em audiência pública diversos pronunciamentos técnicos de auditora, que entrarão em vigor em 2010.



AUDITORIA INTERNA



A administração da empresa, com a expansão dos negócios, sentiu a necessidade de dar maior ênfase às normas ou aos procedimentos internos, devido ao fato de que o administrador, ou em alguns casos o proprietário da empresa, não poderia supervisionar pessoalmente todas as suas atividades. Entretanto, de nada valia a implantação desses procedimentos internos sem que houvesse um acompanhamento, no sentido de verificar se estes estavam sendo seguidos pelos empregados da empresa.



Adicionalmente, o auditor externo ou independente, além de sua opinião ou parecer sobre as demonstrações contábeis, passou a emitir um relatório-comentário, no qual apresentava sugestões para solucionar os problemas da empresa, que chegaram a seu conhecimento no curso normal de seu trabalho de auditoria. Entretanto, o auditor externo passava um período de tempo muito curto na empresa e seu trabalho estava totalmente direcionado para o exame das demonstrações contábeis. Para atender à Administração da empresa, seria necessária uma auditoria mais periódica, com maior grau de profundidade, visando também às outras áreas não relacionadas com contabilidade.



Portanto, surgiu o auditor interno como uma ramificação da profissão de auditor externo e, consequentemente, do contador. O auditor interno é um empregado da empresa, e dentro de uma organização ele não deve estar subordinado àqueles cujo trabalho examina. Além disso, o auditor interno não deve desenvolver atividades que possa vir um dia a examinar (como, por exemplo, elaborar lançamentos contábeis), para que não interfira em sua independência. A título de exemplo, em uma estrutura organizacional, o Departamento de Auditoria ficaria situado da seguinte forma:



































Importa informar que, em alguns grupos de companhias, os auditores internos são subordinados diretamente à sociedade holding. Nesse caso, apenas a administração da empresa investidora pode admitir ou demitir auditores internos de sociedades controladas e coligadas.



As principais diferenças entre o auditor interno e o auditor externo são as seguintes:



Auditor interno: É empregado da empresa auditada; - Menor grau de independência; - Executa auditoria contábil e operacional; Os principais objetivos são: * verificar se as normas internas estão sendo seguidas; * verificar a necessidade de aprimorar as normas internas vigentes; * verificar a necessidade de novas normas internas; * efetuar auditoria das diversas áreas das demonstrações contábeis e em áreas operacionais; - Maior volume de testes (tem maior tempo na empresa para executar os serviços de auditoria).

Auditor externo: Não tem vínculo empregatício com a empresa auditada; - Maior grau de independência; Executa apenas auditoria contábil; O principal objetivo é emitir um parecer ou opinião sobre as demonstrações contábeis, no sentido de verificar se estas refletem adequadamente a posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido e os fluxos de caixa da empresa examinada. Também, se essas demonstrações foram elaboradas de acordo com os princípios contábeis e se esses princípios foram aplicados com uniformidade em relação ao exercício social anterior; Menor volume de testes, já que está interessado em erros que individualmente ou cumulativamente possam alterar de maneira substancial as informações das demonstrações contábeis.



ÓRGÃOS RELACIONADOS COM OS AUDITORES



Os principais órgãos relacionados com os auditores são os seguintes: CVM; Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – Ibracon; CFC e Conselhos Regionais de Contabilidade – CRC e Instituto dos Auditores Internos do Brasil – Audibra.



MAIS SOBRE A CVM



Ela funciona como um órgão fiscalizador do mercado de capitais no Brasil. O auditor externo ou independente, para exercer atividades no mercado de valores mobiliários (companhias abertas e instituições, sociedades ou empresas que integram o sistema de distribuição e intermediação de valores mobiliários), está sujeito a prévio registro na CVM.



Segundo a Instrução nº 308/99 da CVM, o registro de auditor independente compreende duas categorias – pessoa física e pessoa jurídica.



As exigências gerais para fins de registro na categoria de “Auditor Independente – Pessoa Física” são as seguintes:



* estar registrado em Conselho Regional de Contabilidade, na categoria de contador;

* haver exercido atividade de auditoria de demonstrações contábeis, dentro do território nacional, por período não inferior a cinco anos, consecutivos ou não, contados a partir da data do registro em Conselho Regional de Contabilidade, na categoria de contador;

* estar exercendo atividade de auditoria independente, mantendo escritório profissional legalizado, em nome próprio, com instalações compatíveis com o exercício da atividade, em condições que garantam a guarda e o sigilo dos documentos e informações decorrentes dessa atividade, bem como a privacidade no relacionamento com seus clientes;

* possuir conhecimento permanentemente atualizado sobre o ramo de atividade, os negócios e as práticas contábeis e operacionais de seus clientes, bem como possuir estrutura operacional adequada ao seu número e porte; e

* ter sido aprovado em exame de qualificação técnica.



As exigências gerais para fins de registro na categoria de “Auditor Independente – Pessoa Jurídica” são as seguintes:



* Estar inscrita no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, sob a forma de sociedade civil, constituída exclusivamente para prestação de serviços profissionais de auditoria e demais serviços inerentes à profissão de contador;

* que todos os sócios sejam contadores e que pelo menos a metade desses seja cadastrada como responsável técnico;

* constar do contrato social, ou ato constitutivo equivalente, cláusula dispondo que a sociedade responsabilizar-se-á pela reparação de dano que causar a terceiros, por culpa ou dolo, no exercício da atividade profissional e que os sócios responderão solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, depois de esgotados os bens da sociedade;

* estar regularmente inscrita, bem como seus sócios e demais responsáveis técnicos regularmente registrados, em Conselho Regional de Contabilidade;

* estarem todos os responsáveis técnicos autorizados a emitir e assinar parecer de auditoria em nome da sociedade, exercido atividade de auditoria de demonstrações, dentro do território nacional por período não inferior a cinco anos, consecutivos ou não, contados a partir da data do registro em Conselho Regional de Contabilidade, na categoria de contador;

* terem sido todos os responsáveis técnicos aprovados em exame de qualificação técnica;

* manter escritório profissional legalizado em nome da sociedade, com instalações compatíveis com o exercício da atividade, de auditoria independente, em condições que garantam a guarda, a segurança e o sigilo dos documentos e informações decorrentes dessa atividade, bem como a privacidade no relacionamento com seus clientes; e

* manter quadro permanente de pessoal técnico adequado ao número e porte de seus clientes, com conhecimento constantemente atualizado sobre o seu ramo de atividade, os negócios, as práticas contábeis e operacionais.



DOS DEVERES E RESPONSABILIDADES DOS AUDITORES INDEPENDENTES

Art. 25. No exercício de suas atividades no âmbito do mercado de valores mobiliários, o auditor independente deverá, adicionalmente:

I - verificar:

a) se as demonstrações contábeis e o parecer de auditoria foram divulgados nos jornais em que seja obrigatória a sua publicação e se estes correspondem às demonstrações contábeis auditadas e ao relatório ou parecer originalmente emitido;

b) se as informações e análises contábeis e financeiras apresentadas no relatório da administração da entidade estão em consonância com as demonstrações contábeis auditadas;

c) se as destinações do resultado da entidade estão de acordo com as disposições da lei societária, com o seu estatuto social e com as normas emanadas da CVM; e

d) o eventual descumprimento das disposições legais e regulamentares aplicáveis às atividades da entidade auditada e/ou relativas à sua condição de entidade integrante do mercado de valores mobiliários, que tenham, ou possam vir a ter reflexos relevantes nas demonstrações contábeis ou nas operações da entidade auditada.

II - elaborar e encaminhar à administração e, quando solicitado, ao Conselho Fiscal, relatório circunstanciado que contenha suas observações a respeito de deficiências ou ineficácia dos controles internos e dos procedimentos contábeis da entidade auditada;

III - conservar em boa guarda pelo prazo mínimo de cinco anos, ou por prazo superior por determinação expressa desta Comissão em caso de Inquérito Administrativo, toda a documentação, correspondência, papéis de trabalho, relatórios e pareceres relacionados com o exercício de suas funções;

IV - indicar com clareza, e em quanto, as contas ou subgrupos de contas do ativo, passivo, resultado e patrimônio líquido que estão afetados pela adoção de procedimentos contábeis conflitantes com os Princípios Fundamentais de Contabilidade, bem como os efeitos no dividendo obrigatório e no lucro ou prejuízo por ação, conforme o caso, sempre que emitir relatório de revisão especial de demonstrações trimestrais ou parecer adverso ou com ressalva;

V - dar acesso à fiscalização da CVM e fornecer ou permitir a reprodução dos documentos referidos no item III, que tenham servido de base à emissão do relatório de revisão especial de demonstrações trimestrais ou do parecer de auditoria; e

VI - possibilitar, no caso de substituição por outro auditor, resguardados os aspectos de sigilo e mediante prévia concordância da entidade auditada, o acesso do novo auditor contratado aos documentos e informações que serviram de base para a emissão dos relatórios de revisões especiais de demonstrações trimestrais e pareceres de auditoria dos exercícios anteriores.

Constatada qualquer irregularidade relevante em relação ao que estabelece os itens I e II, o auditor independente deverá comunicar o fato à CVM, por escrito, no prazo máximo de vinte dias, contados da data da sua ocorrência.



A Instrução nº 308/99 proíbe o auditor de prestar serviços de auditoria das demonstrações contábeis quando ele não é independente em relação à entidade (por exemplo, o auditor é o presidente da empresa auditada) e veda as seguintes atividades consideradas incompatíveis:



DAS HIPÓTESES DE IMPEDIMENTO E DE INCOMPATIBILIDADE

Art. 22. Não poderão realizar auditoria independente o Auditor Independente – Pessoa Física, os sócios e os demais integrantes do quadro técnico de Auditor Independente – Pessoa Jurídica quando ficar configurada, em sua atuação na entidade auditada, suas controladas, controladoras ou integrantes de um mesmo grupo econômico, a infringência às normas do Conselho Federal de Contabilidade - CFC relativas à independência.

Art. 23. É vedado ao Auditor Independente e às pessoas físicas e jurídicas a ele ligadas, conforme definido nas normas de independência do CFC, em relação às entidades cujo serviço de auditoria contábil esteja a seu cargo:

I – adquirir ou manter títulos ou valores mobiliários de emissão da entidade, suas controladas, controladoras ou integrantes de um mesmo grupo econômico; ou

II - prestar serviços de consultoria que possam caracterizar a perda da sua objetividade e independência.

Parágrafo único. São exemplos de serviços de consultoria previstos no caput deste artigo:

I - assessoria à reestruturação organizacional;

II - avaliação de empresas;

III - reavaliação de ativos;

IV - determinação de valores para efeito de constituição de provisões ou reservas técnicas e de provisões para contingências;

V - planejamento tributário;

VI - remodelamento dos sistemas contábil, de informações e de controle interno; ou

VII - qualquer outro produto ou serviço que influencie ou que possa vir a influenciar as decisões tomadas pela administração da instituição auditada.

Finalizando, a instrução nº 308-99 da CVM determina ainda:

DAS NORMAS RELATIVAS AO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE DE AUDITORIA NO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS

Art. 19. O auditor independente, no exercício de sua atividade no âmbito do mercado de valores mobiliários, deve cumprir e fazer cumprir, por seus empregados e prepostos, as normas específicas emanadas da Comissão de Valores Mobiliários.

Art. 20. O Auditor Independente - Pessoa Física e o Auditor Independente - Pessoa Jurídica, todos os seus sócios e integrantes do quadro técnico deverão observar, ainda, as normas emanadas do Conselho Federal de Contabilidade - CFC e os pronunciamentos técnicos do Instituto Brasileiro de Contadores - IBRACON, no que se refere à conduta profissional, ao exercício da atividade e à emissão de pareceres e relatórios de auditoria.

Art. 21. Os pareceres de auditoria e os documentos destinados a satisfazer as exigências da Comissão de Valores Mobiliários deverão ser emitidos e assinados, com a indicação única da categoria profissional e do número de registro no Conselho Regional de Contabilidade, quando Pessoa Física, ou com a indicação da categoria profissional, do número de registro e de cadastro no Conselho Regional de Contabilidade, respectivamente, do responsável técnico e da sociedade, quando Pessoa Jurídica.

TAE 2 DE AUDITORIA GRADUAÇÃO

FACULDADE PROCESSUS

TAE 2

Aluno:

Curso: SECRETARIADO Turno:_________ Módulo: _______

Professor (a): FLÁVIO PEREIRA DE SOUSA

Disciplina: FUNDAMENTOS DE AUDITORIA Data: 30/08/2010



Exercícios II



1. Assinale com X a resposta mais correta.



1. Para auditar uma companhia aberta, o auditor externo deve registrar-se obrigatoriamente no seguinte órgão:

a) Ibracon

b) Audibra

c) Banco do Brasil

d) CVM



2. Um dos principais objetivos do auditor interno é:

a) verificar a necessidade de aprimorar as normas internas vigentes

b) examinar a demonstração do resultado do exercício e emitir seu parecer.

c) examinar as demonstrações contábeis e emitir sua opinião.

d) descobrir todos os roubos realizados.



3. Um dos itens que diferencia o auditor interno do externo é:

a) forma de avaliar o sistema de controle interno.

b) volume de testes

c) forma de se portar na empresa.

d) forma de preparar os papéis de trabalho.



4. A CVM foi fundada em:

a) 1976. b) 1960 c) 1971 d) 1979



5. A CVM faz a seguinte exigência para efeito de registro do auditor independente:

a) estar registrado na OAB.

b) ser estudante de Ciências Contábeis.

c) ter concluído o curso de Ciências Contábeis.

d) estar registrado no CRC.



6. Para fins de registro do auditor, a CVM faz a seguinte exigência em ternos de número de anos de experiência na execução de serviços de auditoria:

a) 5 anos.

b) 4 anos.

c) 3 anos.

d) 6 anos.



7. O Ibracon foi fundado em:

a) 1976 b) 1971 c) 1977 d) 1978



8. Um dos objetivos do Ibracon é:

a) emitir normas de controle interno.

b) fixar práticas administrativas.

c) fixar normas de auditoria independente.

d) congregar os auditores internos.



9. Serviço incompatível para o auditor independente prestar em entidade auditada:

a) confirmar com os clientes os valores devidos.

b) inspeção física dos estoques.

c) revisar despesas gerais.

d) planejamento tributário.



10. O CFC e os CRC foram criados em:

a) 1930 b) 1946 c) 1956 d) 1965



11. Exigência da CVM para o auditor independente:

a) ter mais de 30 anos.

b) ser também economista.

c) residir na cidade da entidade auditada.

d) educação continuada.



12. O Audibra foi fundado em:

a) 1960 b) 1966 c) 1971 d) 1976



13. Um dos objetivos do Audibra é:

a) fixar normas de contabilidade

b) fixar normas de auditoria

c) congregar os auditores independentes.

d) congregar os auditores internos.



14. Entidade que faz parte do CPC:

a) Conselho Monetário Nacional.

b) Abrasca.

c) Banco do Brasil

d) Ministério da Fazenda.



15. Um dos motivos que levam uma empresa a contratar o serviço de um auditor externo é o seguinte:

a) aumentar os lucros.

b) arranjar novos mercados para seus produtos.

c) promover melhor política de administração de pessoal.

d) atende às exigências estatutárias.



16. Outro motivo que leva uma empresa a contratar um auditor externo é o seguinte:

a) para detectar todas as irregularidades ocorridas.

b) imposição de um fornecedor para financiar a compra de matéria-prima.

c) para melhorar o processo de produção.

d) para uma reorganização administrativa.



17. Uma incorporação representa:

a) a absorção de uma empresa por outra.

b) o somatório de várias demonstrações contábeis.

c) o encerramento das atividades de duas ou mais empresas.

d) a união de duas empresas para formar uma nova empresa.



18. A responsabilidade pelo projeto das demonstrações financeiras é:

a) do acionista.

b) da administração da empresa.

c) do auditor externo.

d) do auditor interno.



19. Quando o controle interno é excelente, o auditor externo deve:

a) fazer maior volume de testes.

b) não fazer testes.

c) fazer menor volume de testes.

d) aumentar os procedimentos de auditoria.



2. Relacione a coluna da esquerda com a da direita:



1. Incorporação

2. Fusão

3. Cisão

4. Consolidação



( ) União de duas ou mais empresas para formar uma nova sociedade.

( ) Agrupamento de demonstrações contábeis de duas ou mais empresas.

( ) Uma empresa é absorvida por outra.

( ) A empresa transfere parcela de seu patrimônio para outra sociedade.



3. Responda “PA” para as frases relacionadas com as normas da pessoa do auditor, com “ET” para as relacionadas com as normas de execução do trabalho e com “P” para as relativas às normas do parecer.



1. ( ) A empresa mudou o método de avaliar os estoques, passou do método do custo médio para o PEPS.

2. ( ) O auditor externo não era registrado no CRC.

3. ( ) Exame das notas fiscais de compras de fornecedores.

4. ( ) Contagem física de estoques.

5. ( ) O auditor externo era filho do proprietário da empresa auditada.

6. ( ) Envio de cartas para os bancos a fim de confirmar o saldo em conta corrente da empresa.

7. ( ) O método de depreciação não estava de acordo com os princípios contábeis.

8. ( ) No ano anterior, as férias eram registradas com base no regime de caixa (quando pagas) e esse ano passou a ser com base no regime de competência (independentemente do pagamento, ou seja, no período a que se refere).

9. ( ) Conferência do cálculo da depreciação do ativo imobilizado.

10. ( ) Avaliar o sistema de controle interno sobre pagamentos e recebimentos.

11. ( ) A empresa de auditoria recebeu um grande empréstimo com baixa taxa de juros da empresa auditada.

12. ( ) O auditor externo não tinha conhecimentos de contabilidade.

13. ( ) O auditor externo não planejou adequadamente seu trabalho, como conseqüência o parecer foi emitido com atraso.

14. ( ) O auditor externo foi negligente na redação de seu parecer e como conseqüência ele na mencionou uma ressalva.

15. ( ) Envio de carta ao advogado a fim de verificar a situação atual de um grande processo trabalhista.

16. ( ) Conferência dos cálculos de valorização dos estoques.

17. ( ) Revisão analítica das receitas e despesas.

18. ( ) O auditor externo responsável pelo serviço de auditoria revisou os papéis de trabalho de seus assistentes.

19. ( ) As demonstrações contábeis não tinham nota explicativa descrevendo o critério utilizado para avaliar os investimentos.

20. ( ) O auditor esqueceu de fazer a contagem física das cautelas de ações dos investimentos.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO (DE MATERIAS)


PROFESSOR: FLÁVIO PEREIRA DE SOUSA

1. Introdução

A administração da produção trata da maneira pela qual as organizações produzem bens e serviços. Tudo o que você veste, come, senta em cima, usa, lê ou lança na prática de esportes chega a você graças aos gerentes de operações que organizaram sua produção.

Função de produção: (ou simplesmente função produção) na organização representa a reunião de recursos destinados à produção de seus bens e serviços. Qualquer organização possui uma função produção porque algum tipo de bem e/ou serviço.

Gerentes de produção são funcionários da organização que exercem responsabilidade particular de administrar algum ou todos os recursos envolvido pela função produção. Em algumas organizações, o gerente de produção pode receber outra denominação. Por exemplo, pode ser chamado “gerente de tráfego” em uma empresa de distribuição, “gerente administrativo” em um hospital, ou “gerente de loja” em um supermercado.

Administração da produção (ou operações): é o termo usado para as atividades, decisões e responsabilidade dos gerentes de produção.

2. Produção na organização.

A função produção é central para a organização porque produz os bens e serviços que são a razão de sua existência, mas não é a única nem, necessariamente, a mais importante. É, entretanto, umas das três funções centrais de qualquer organização, que são:

a) A função de marketing (que inclui vendas) – é responsável por comunicar os produtos ou serviços de uma empresa para seu mercado de modo a gerar pedidos de serviços e produtos por consumidores;

b) A função desenvolvimento de produto/serviço – que é responsável por criar novos produtos e serviços ou modificá-los, de modo a gerar solicitações futuras de consumidores por produtos e serviços;

c) A função produção – que é responsável por satisfazer às solicitações de consumidores por meio da produção e entrega de produtos e serviços.

Funções de apoio, que suprem e apóiam a função produção:

a) A função contábil-financeira – que fornece a informação para ajudar os processos decisórios econômicos e administra os recursos financeiros da organização;

b) A função recursos humanos – que tanto recruta e desenvolve os funcionários da organização, como também encarrega-se de seu bem-estar.





Atividades funcionais centrais Provedor de serviços de internet Cadeia de fast-food Caridade Fabricante de móveis

Marketing e vendas















Desenvolvimento de produto ou serviço











Produção Promover serviços a usuários e obter propaganda











Criar novos serviços e comissionar novo conteúdo de informação.







Manter equipamentos informação, Implantar novos links e serviços. Fazer propaganda em televisão. Inventar material promocional.







Inventar hamburguês, pizzas etc.

Projetar a decoração dos restaurantes





Fazer hambúrgueres, pizzas etc.

Servir aos clientes.

Fazer limpeza.

Manter o equipamento. Desenvolver contratos de fundos.

Enviar mala direta com pedidos de doações.





Desenvolver novas campanhas de apelo.

Projetar novos programas de assistência.



Prover serviços para os beneficiários da caridade Fazer propaganda em revistas.

Determinar a política de preços.

Vender para lojas.



Projetar novos móveis.

Coordenar com cores da moda.









Fazer peças.

Montar os móveis.



3. Modelo de transformação

Por transformação nos referimos ao uso de recursos para mudar o estado ou condição de algo para produzir outputs. Em resumo, a produção envolve um conjunto de recursos de input usado para transformar algo ou para ser transformado em outputs de bens e serviços.

Qualquer atividade de produção pode ser vista conforme esse modelo input-transformação-output.

3.1 Inputs para o processo de transformação

Os inputs para o processo de transformação podem convenientemente ser classificados em:

a) Recursos transformados – os que são tratados, transformados ou convertidos de alguma forma;

b) Recursos de transformação – os que agem sobre os recursos transformados. [Recursos transformados: geralmente, os recursos transformados que a produção emprega são um composto de: materiais; informações; e comunicações. Um deles é dominante em uma operação. Por exemplo, um banco destina parte de sua energia para produzir demonstrativos de contas impressos para seus consumidores. Ao fazer isso, está processando materiais e agindo como gráfica, mas ninguém afirmaria que um banco e uma gráfica são o mesmo tipo de operação]

Recursos de transformação: Existem dois tipos de recursos de transformação que formam os “blocos de construção” de todas as operações: instalações (prédios, equipamentos, terreno e tecnologia do processo de produção); funcionários (os que operam, mantêm, planejam e administram a produção.).























Predominantemente, processadores de materiais Predominantemente, processadores de informações Predominantemente, processadores de consumidores

Todas as operações de manufatura

Empresas de mineração e de extração

Operações de varejo

Armazéns

Serviços Postais

Linha de embarque de contêineres

Empresas de transporte rodoviário. Contadores

Matriz de banco

Empresa de pesquisa de marketing

Analistas financeiros

Serviço de noticiais

Unidade de pesquisa em universidade

Empresa de telecomunicações Cabeleireiros

Hotéis

Transporte rápido de massa

Teatro

Parte temático

Dentista.





Processamento de materiais: As operações que processam materiais podem também transformar suas propriedades físicas (como forma, composição ou características). Outras operações que processam materiais também mudam sua localização (empresas de entrega de encomendas, por exemplo).

Processamento de informações: As operações que processam informações podem transformar suas propriedades informativas; os contadores fazem isso. Algumas mudam a posse da informação, como, por exemplo, as empresas de pesquisa de mercado.

Processamento de consumidores: As operações que processam consumidores podem também transformá-los de várias maneiras. Algumas mudam suas propriedades físicas de maneira similar aos processadores de materiais. Por exemplo, os cabeleireiros e cirurgiões plásticos. Algumas operações de processamento de consumidores estocam, ou, mais apropriadamente, acomodam-nos: por exemplo, hotéis.

4. Planejamento e Controle de Estoque

4.1 Que é Estoque?

Estoque é definido como a acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema de transformação. Algumas vezes, estoque também é usado para descrever qualquer recursos armazenado. Assim, um banco teria um “estoque” de pessoal, de caixas eletrônicas, etc.



Todas as operações mantêm estoques:

a) Hotel: itens de alimentação, itens de toalete, materiais de limpeza;

b) Hospital: Gaze, instrumentos, sangue, alimentos, drogas, materiais de limpeza;

c) Loja de Varejo: Coisas a serem vendidas, materiais de embalagem.



Por que existe estoque? Não importa o que está sendo armazenado como estoque, ou onde ele está posicionado na operação; ele existirá porque existe uma diferença de ritmo (ou de taxa) entre fornecimento e demanda. Se o fornecimento de qualquer item ocorresse exatamente quando fosse demandado, o item nunca necessitaria ser estocado.



Tipos de estoque, há diversas formas diferentes de classificar estoques, a forma aqui apresentada é provavelmente a mais direta. Há quatro tipos de estoque:

1) Estoque de proteção: Também chamado de estoque isolador. Seu propósito é compensar as incertezas inerentes a fornecimento e demanda. Por exemplo, uma operação de varejo nunca pode prever perfeitamente a demanda, mesmo quando tenha boa idéia de qual seu nível mais provável. As empresas mantêm um nível mínimo de estoque para cobrir a possibilidade de a demanda vir a ser maior do que a esperada durante o tempo decorrido na entrega (ressuprimento) dos bens.

2) Estoque de ciclo: Ocorre porque um ou mais estágios na operação não podem fornecer simultaneamente todos os itens que produzem. Por exemplo, suponhamos uma padaria que faz três tipos de pães, todos igualmente populares entres seus consumidores. Devido à natureza dos processos de misturar e assar, somente um tipo de pão pode ser produzido por vez. O padeiro teria que produzir cada tipo de pão em fornadas diferentes. As fornadas devem ser grandes o bastante para satisfazer à demanda de cada tipo de pão entre os momentos em que cada fornada fica pronta para venda.

3) Estoque de antecipação: É mais comumente usado quando as flutuações de demanda são significativas, mas relativamente previsíveis. Ele também pode ser usado quando as variações de fornecimento são significativas, como em alimentos de safra enlatados.

4) Estoque no canal (de distribuição): Existem porque material não pode ser transportado instantaneamente entre o ponto de fornecimento e o ponto de demanda. Se uma loja de varejo encomenda itens de um de seus fornecedores, o fornecedor vai alocar estoque para a loja de varejo em seu próprio armazém, embalá-lo, carregá-lo em seus caminhões, transportá-lo para seu destino, descarregá-lo no estoque do varejista. Todo estoque, portanto, em trânsito, é estoque no canal.



Decisões de estoque: os gerentes de produção estão envolvidos em três principais tipos de decisões:

1) Quanto pedir. Cada vez que um prédio de reabastecimento é colocado, de que tamanho ele deve ser algumas vezes chamadas de decisões de volume de ressuprimento.

2) Quando pedir. Em que momento, ou em que nível de estoque, o pedido de reabastecimento deveria ser colocado?

3) Como controlar o sistema. Que procedimentos e rotinas devem ser implantados para ajudar a tomar essas decisões? Diferentes prioridades deveriam ser atribuídas a diferentes itens do estoque?



5. Decisão de volume de ressuprimento – Quanto pedir



5.1 Custos de Estoque



Na tomada de decisão de quanto comprar, os gerentes de produção primeiro tenham identificar os custos que serão afetados por sua decisão. Alguns custos são relevantes.

1) Custos de colocação do pedido. Cada vez que um pedido é colocado para reabastecer estoque, são necessárias algumas transações que representam custos para a empresa. Estas incluem as tarefas de escritório de preparo do pedido e toda a documentação associada com isso, o arranjo para que se faça a entrega, etc.

2) Custos de desconto de preços. Em muitas indústrias, os fornecedores oferecem descontos sobre o preço normal de compra para grandes quantidades; alternativamente, eles podem impor custos extras para pequenos pedidos.

3) Custos por falta de estoque. Se errarmos a decisão de quantidade de pedido e ficarmos sem estoque, haverá custos incorridos por nós, pela falha no fornecimento a nossos consumidores. Se os consumidores forem externos, poderão trocar de fornecedor; se internos, a falta de estoque pode levar a tempo ocioso no processo seguinte, ineficiências e, fatalmente, outra vez consumidores externos insatisfeitos.

4) Custos de capital de giro. Durante o lapso de tempo entre pagar a nossos fornecedores e receber pagamento de nossos consumidores, há um tempo que teremos que ter fundos para manter os estoques. Os custos associados a ele são os juros, que pagamos ao banco por empréstimos, ou os custos de oportunidade, de não investirmos em outros lugares.

5) Custos de armazenagem. Esse são os custos associados á armazenagem física dos bens.

6) Custos de obsolescência. Se escolhermos uma política de pedidos que envolve pedidos de quantidades muito grandes, que significará que os itens estocados permanecerão longo tempo armazenados, existe o risco de que esses itens possam tornar-se obsoletos.

7) Custo de ineficiência de produção. De acordo com as filosofias do Just in time, altos níveis de estoque impedem-nos de ver a completa extensão de problemas dentro da produção.



Podemos dividir todos esses custos associados com estoques em dois grupos. As primeiras três categorias são custos que usualmente decrescem à medida que o tamanho do pedido é aumentado. As outras categorias de custos usualmente crescem á medida que o tamanho do pedido é aumentado.



5.2 Perfis de estoque



Um perfil de estoque é uma representação visual do nível de estoque ao longo do tempo.





Demanda constante Declividade = taxa de demanda

e previsível (D)

Quantidade

de pedido

Estoque médio = Q/2

Nível

de estoque --------------------------------------------------------------------------





Q/D Tempo



Entregas instantâneas à taxa de D/Q por período



A figura, acima, mostra um perfil de estoque simplificado para um item particular de estoque em uma operação de varejo. Sempre que um pedido é colocado, Q itens são pedidos. O pedido de reabastecimento chega em lote instantaneamente. A demanda do item é, então, fixa e perfeitamente previsível à taxa de D unidades por mês. Quando a demanda acabou com o estoque de itens, outro pedido de Q itens chega instantaneamente, e assim por diante. Sob essas circunstâncias: O estoque médio = Q/2; O intervalo de tempo entre entregas = Q/D; a freqüência de entregas = recíproca ao intervalo de tempo = D/Q.



5.3 Fórmula do lote econômico de compra



A abordagem mai comum para decidir quanto de um particular item pedir, quando o estoque precisa de reabastecimento, é chamada abordagem do lote econômico de compra. Essencialmente, essa abordagem tenta encontrar o melhor equilíbrio entre as vantagens e as desvantagens de manter estoque.



LEC = 2CpD

Ce



Quando usamos o LEC:

Tempo entre pedidos = LEC/D



Freqüência de pedidos = D/LEC por período



5.4 Reabastecimento gradual - o modelo da quantidade de lote econômico de produção (LEP)



Apesar de o perfil de estoque simples mostrado no gráfico do item 5.2 ter assumido algumas pressuposições simplificadoras, ele é amplamente aplicável na maioria das situações em que cada pedido de reabastecimento chega como uma entrega simples. Às vezes, entretanto, os pedidos chegam gradualmente ao longo de um período. Um exemplo típico disso é um pedido colocado dentro da operação para um lote de peças a ser produzido em uma máquina. A máquina vai começar a produzir as peças e entregá-las num fluxo mais ou menos contínuo no ponto de estoque. Durante o tempo em que essas unidades estão sendo acrescentadas ao estoque, a demanda continua a acontecer.



LEP = 2CPD

Ce(1 – (D/P))



6. Decisão sobre tempo – quando colocar um pedido



Quando assumimos que os pedidos chegavam instantaneamente e que a demanda era constante e previsível, a decisão de quando colocar um pedido de reabastecimento era evidente. Um pedido seria colocado logo que o nível de estoque atingisse zero. Ele chegaria instantaneamente e evitaria qualquer ocorrência de falta de estoque. Se os pedidos de reabastecimento não chegam instantaneamente, mas há um lapso entre o pedido sendo colocado e chegando no estoque, podemos calcular o momento de pedido de reabastecimento. O lapso (também chamado lead time) para um pedido chegar, nesse caso, é de duas semanas; assim, o ponte de ressuprimento é o ponto no qual o estoque vai cair para zero menos o lead time do pedido. Alternativamente, podemos definir o ponto em termos do nível que o estoque terá atingido quando um pedido de reabastecimento deve ser colocado.



Todavia, isso presume que tanto a demanda como o lead time do pedido são perfeitamente previsíveis. Na maioria dos casos, é claro que isso não é assim. Tanto a demanda como o lead time de pedido são prováveis de variar para produzir um perfil. Nessas circunstâncias, é necessário fazer pedidos de reabastecimento antes do que seria o caso em uma situação puramente determinística. Isso vai resultar, em média, em algum estoque ainda presente quando os pedidos de reabastecimento chegam. Isso é estoque isolador ou estoque de segurança. Quanto mais cedo o pedido de reabastecimento é colocado, mais alto será o nível esperado de estoque de segurança quando o pedido chega. Todavia, devido à variabilidade tanto do lead time de pedido como a taxa de demanda, algumas vezes haverá um estoque de segurança mais alto que a média e algumas vezes haverá um mais baixo. A principal consideração no estabelecimento de estoque de segurança é não tanto o nível médio de estoque quando um pedido de reabastecimento chega, mas que o estoque não vai faltar antes de chegar o pedido de reabastecimento.



6.1 Sistemas de 2 e 3 gavetas



Manter controle sobre no níveis de estoque é especialmente importante em abordagem de revisão contínua para ressuprimentos. Um método simples e evidente de indicação do momento em que o ponto de ressuprimento é alcançado faz-se necessário, especialmente se existe grande número de itens para serem monitorados. Os sistemas de duas e três gavetas são tais métodos. O sistema de duas gavetas simples envolve estocar a quantidade do ponto de ressuprimento mais a quantidade do estoque de segurança na segunda gaveta e usando itens da primeira gaveta. Quando a primeira gaveta esvazia, é o sinal para pedir a próxima quantidade de ressuprimento. Algumas vezes, o estoque de segurança é estocado em uma terceira gaveta (sistema de três gavetas), de modo que fica claro quando a demanda está excedendo o que era esperado.

Esse tipo de sistema não necessariamente opera com várias gavetas. Por exemplo, uma prática comum em operações de varejo é estocar a quantidade da segunda gaveta de cabeça para baixo ou embaixo da quantidade da primeira gaveta. Pedidos são então feitos quando os itens de cabeça para baixo são alcançados.























































6.2 Sistemas de controle e análise de estoque



Os modelos que descrevemos até agora, mesmo os que tomam uma visão probabilística de demanda e de lead time, ainda são simplificados comparados com a complexidade do gerenciamento de estoque real. Lidar com muitos milhares de itens estocados, fornecidos por muitas centenas de fornecedores, com possivelmente dezenas de milhares de consumidores individuais, torna a tarefa de operações complexa e dinâmica. Para controlar tal complexidade, os gerentes de produção têm que fazer duas coisas: primeiro, discriminar os diferentes itens estocados, de modo que possam aplicar um grau de controle a cada item que seja adequado a sua importância; segundo, precisam investir em um sistema de processamento de informação que possa lidar com seus particulares conjuntos de circunstâncias de controle de estoque.



6.2.1 Prioridades de estoque – o sistema ABC



Em qualquer estoque que contenha mais de um item em estoque, alguns itens serão mais importantes para a organização do que outros. Alguns itens, por exemplo, podem ter uma taxa de uso muito alta, de modo que, se faltassem, muitos consumidores ficariam desapontados. Outros itens podem ter valores particularmente altos, de modo que níveis de estoque excessivos seriam particularmente caros. Uma forma comum de discriminar diferentes itens de estoque é fazer uma lista deles, de acordo com suas “movimentações de valor” (sua taxa de uso multiplicada por seu valor individual). Os itens com movimentação de valor particularmente alto demandam controle cuidadoso, enquanto os com baixas movimentações de valor não precisam ser controlados tão rigorosamente. Geralmente, uma pequena proporção dos itens totais contidos em estoque vai representar uma grande proporção do valor total em estoque. Esse fenômeno é conhecido como lei de Pareto, algumas vezes referida como a regra 80/20. É chamada assim porque tipicamente em torno de 80% do valor do estoque de uma operação são responsáveis por somente 20% de todos os tipos de itens estocados. A lei de Pareto também é usada em outros lugares em gerenciamento de produção. Aqui, relação pode ser usada para classificar diferentes tipos de itens mantidos em estoque por sua movimentação de valor. Isso permite que gerentes de estoque concentrem seus esforços em controlar os itens mais significativos do estoque:

• Itens classe A são os 20% de itens de alto valor que representam cerca de 80% do valor total do estoque.

• Itens classe B são aqueles de valor médio, usualmente os seguintes 30% dos itens que representam cerca de 10% do valor total.

• Itens classe C são os itens de baixo valor que, apesar de compreender cerca de 50% do total de tipos de itens estocados, provavelmente representam somente cerca de 10% do valor total de itens estocados.



Apesar de o uso anual e do valor serem os dois critérios mais comumente usados para determinar um sistema de classificação de estoque, outro critério pode também contribuir para classificar cada item:

• Conseqüência da falta de estoque. Alta prioridade deve ser dada aos itens que atrasariam mais seriamente ou interromperiam outras operações se faltassem no estoque.

• Incerteza de fornecimento. Alguns itens, mesmo de baixo valor, podem demandar mais atenção se seu fornecimento é incerto.

• Alta obsolescência ou risco de deterioração. Os itens que perdem seu valor por obsolescência ou deterioração podem merecer atenção e monitoração extra.



Alguns sistemas de classificação de estoque mais complexos podem incluir esses critérios para classificar itens em A, B ou C. Por exemplo, uma parte pode ser classificada como A/B/A, o que significa que é um item de categoria A pelo valor, desse B por conseqüência de falta de estoque e classe A por risco de obsolescência.

















6.2.2 Medindo estoque



Em nosso exemplo de classificações ABC usamos o valor monetário do uso anual de cada item como medida de uso de estoque. O valor monetário também pode ser usado para medir o nível absoluto de estoque em qualquer instante. Isso envolveria considerar a quantidade de cada item em estoque, multiplicá-la por seu valor (usualmente, o custo de aquisição do item) e então somar o valor de todos os itens individuais armazenados. Essa é uma medida útil do investimento que uma operação faz em estoques, mas não dá nenhuma indicação de quão grande é esse investimento relativo ao fluxo total da operação. Para fazer isso, precisamos comparar o número total de itens em estoque contra sua taxa de uso. Há duas formas de fazer isso: a primeira é calcular a quantidade de tempo que o estoque duraria, sujeito à demanda normal, se não fosse reabastecido. Esse método é algumas vezes chamado cobertura do número de semanas (em dias, meses, anos etc.) do estoque. O segundo método é calcular a freqüência com que o estoque é completamente usado em um período. Isso é chamado giro de estoque, e é o inverso do período de cobertura de estoque mencionado anteriormente.



6.2.3 Sistemas de informação de estoque



A maioria dos estoques, de qualquer tamanho significativo, é gerenciada por sistemas computadorizados. O grande número de cálculos relativamente rotineiros envolvidos no controle de estoque prestam-se bem a apoio computadorizado. Isso é especialmente verdade desde que a coleta de dados passou a ser feita de forma mais conveniente, pelo uso de leitoras de código de barras e pontos-de-venda com registro das transações. Muitos sistemas comerciais de controle de estoque estão disponíveis, apesar de eles terem certas funções em comum. Estas incluem o seguinte:

1. Atualizar registros de estoque;

2. Gerar pedidos;

3. Gerar registros de estoque;

4. Prever.



7. Gerenciamento de estoques



7.1. Controle de Estoques



É o estudo sobre quais os níveis de materiais e produtos que a organização deve manter, dentro de parâmetros econômicos.



7.2. Componentes do Estoque



• Matéria-prima;

• Material auxiliar;

• Material de manutenção;

• Material de escritório;

• Material e peças em processos;

• Produtos acabados.



7.3 Objetivos de planejamento e controle de estoque



• Assegurar o suprimento adequado de matéria-prima, material auxiliar, peças e insumos ao processo de fabricação;

• Manter o estoque o mais baixo possível para atendimento compatível às necessidades vendidas;

• Identificar os itens obsoletos e defeituosos em estoque;

• Prevenir-se contra perdas, danos, extravios ou mau uso;

• Manter quantidades equiparadas às necessidades e aos registro;

• Fornecer bases concretas para elaboração de dados ao planejamento de curto, médio e longo prazo, das necessidades de estoque;

• Manter os custos nos menores níveis possíveis.



7.4 Tipos de Estoque



• Almoxarifado de matérias-primas: é o que armazena material que se agrega ao produto, fazendo parte integrante de seu estado, ou seja, o material que passa pelo processo de transformação da fábrica, dando origem ao produto final.

• Almoxarifado de materiais auxiliares: é o que armazenam material que ajuda e participa na execução e transformação do produto, porém não se agrega a ele, sendo imprescindível no processo de fabricação.

• Almoxarifado de manutenção: armazena as peças que servem de apoio à manutenção dos equipamentos e edifícios usados na empresa.

• Almoxarifado intermediário: armazena as peças que se encontram em processo de fabricação para posteriormente compor o produto final.

• Almoxarifado de acabados: armazena os produtos prontos e embalados, os produtos finais, que serão enviados aos clientes.



7.5 Sistema de Planejamento de Estoques



O motivo de manutenção de estoques relaciona-se com a previsão de seu uso em futuro imediato, assegurando disponibilidade de produtos às demandas, minimizando os custos de produção e movimentação. Os objetivos do estoque podem ser de custo ou de nível de serviço.



7.6 Gráficos de evolução de demanda de mercado



• Evolução de consumo constante: o volume de consumo permanece constante, sem grandes variações no decorrer do tempo, não sofrendo influências ambientais e mercadológicas. Exemplo: empresas de gêneros alimentícios da cesta básica.

• Evolução de consumo sazonal: o volume de consumo passa por oscilações regulares no decorrer de certo período do ano, é influenciado por fatores ambientais e culturais, acarretando desvios de demanda. Exemplo: empresas de enfeites de natal, nos meses de novembro e dezembro.

• Evolução de consumo de tendência: o volume de consumo diminui ou aumenta drasticamente no decorrer de um período do ano, é influenciado por fatores culturais, ambientais e econômicos, acarretando desvios de demanda negativos ou positivos. Exemplo: no caso de desvios negativos, empresas que fabricam produtos que ficam ultrapassados no mercado, como máquinas de escrever.



7.7 Métodos para elaboração da Previsão da Demanda:



• Método do último período (MUP): consiste me utilizar como próximo período o valor real do período anterior.

• Método da média aritmética (MMA): a previsão do próximo período é obtida por meio do cálculo da média aritmética do consumo dos períodos anteriores.

• Método da média ponderada (MMP): a previsão do próximo período é obtida por meio da ponderação dada a cada período. Os pesos devem ser 40% a 60% para os períodos mais próximos, de 5% para os mais afastados e totalizando 100%.

• Método da Média com suavização exponencial (MMSE): a previsão é obtida mediante a ponderação dada ao último período, e será utilizada a previsão do último período. Nele a ponderação utilizada é denominada constante de suavização exponencial e pode variar de 1 até 0.

• Método da Média dos Mínimos Quadrados (MMMQ): a previsão é obtida utilizando-se uma Equação da Reta [Y = a + bx], sendo Y a previsão, a o valor a ser obtido na equação normal por meio de tabulação de dados, b o valor a ser obtido na equação normal mediante tabulação dos dados e x as quantidades de períodos de consumo.



7.8 Avaliação dos níveis de Estoque



7.8.1 Tempo de Reposição (TR)



É tempo decorrido desde da emissão do pedido de compra até que o lote esteja pronto para liberação para produção.





a = tempo para elaboração e confirmação do pedido junto ao fornecedor.

b = tempo que o fornecedor leva para processar e entregar o pedido

c = tempo para processar a liberação do pedido na fábrica



7.8.2 Ponto de pedido (PP)



É a quantidade de peças que temos em estoque e que garante o processo produtivo, enquanto não chega o lote de compra para reposição.







C = consumo normal da peça

TR = tempo de reposição

ES = estoque de segurança



7.8.3 Lote de compra (LC)



É a quantidade de peças especificadas no pedido de compra.



7.8.4 Estoque máximo (EMAX)



É o resultado da soma do estoque de segurança mais o lote de compra.









7.9. Custo de armazenagem



7.9.1 Fatores que compõe o custo de armazenagem



a) Custo de pessoal: é o custo mensal de toda mão-de-obra envolvida em atividades de estoques;

b) Custo de materiais: é o valor real de todos os materiais que estão na empresa, parados ou sendo utilizados para atendimento a demanda.

c) Custo de equipamentos e manutenção: são as despesas mensais para manter os estoques.

d) Custo de edificações: é o custo correspondente ao aluguel das edificações de estocagem, incluindo seus impostos e seguros.



7.9.2 Custo de Armazenagem por peça









Q = quantidade de peças em estoque

P = preço unitário por peça

T = período de estocagem

I = taxa de juros



7.9.3 Custo de Armazenagem Geral







Df = despesas de material auxiliar



7.10. Recebimento de Material



Transação é o ato de recebimento ou envio ou transporte de mercadorias. Os passos do recebimento são:



• Execução do recebimento: momento que o funcionário recebe a mercadoria solicitada.

• Identificação dos itens: é a conferência dos itens recebidos, para averiguar se os mesmos correspondem aos constantes do pedido de compra.

• Conferência da quantidade: além de verificar se os itens são realmente os que foram solicitados, deve-se verificar se a quantidade do material recebido está correta. Para tanto pode-se utilizar a contagem física, mediante pesagens ou mensurações.

• Registro da transação: é a etapa de registrar todas as informações referentes ao recebimento.

• Emissão de nota de recebimento.



7.11. Registro de Estoque



O registro de estoque bem feito na empresa permite que a mesma determine as exigências líquidas para um item, libere pedidos com base na disponibilidade dos materiais e execute análises de estoques. A falha nos registros acarreta na falta de material, programas descaracterizados, entregas atrasadas, vendas perdidas, baixa produtividade e excesso de estoque.

Causa de Erros nos Registros:

• Retirada de material sem autorização;

• Depósito sem segurança;

• Falta de treinamento de pessoal;

• Sistemas de registro de transações ineficazes;

• Incapacitação para realizar auditorias.



8. INVENTÁRIO FÍSICO



É a contagem física dos itens do estoque. No caso de haver diferenças entre o inventário físico e os registros de controle, devem ser feitos os ajustes conforme recomendações contábeis e tributárias.



8.1 Formas de efetuar o inventário



a) Periódico: é quando em determinados períodos faz-se a contagem física de todos os itens do estoque, utilizando-se para tal tarefa uma força-tarefa designada para esse fim.

b) Rotativo: é quando permanentemente são contados os itens em estoque.



8.2. Passos para inventariar um estoque:



a) Contar os itens e registrar a contagem em uma etiqueta na parte esquerda do item.

b) Conferir essa contagem, mediante uma nova contagem ou por amostragem.

c) Ao final da verificação, reunir as etiquetas e fazer uma lista dos itens de cada departamento.

d) Acertar os registros do estoque, resolvendo diferenças entre a contagem física e o valor do estoque em dinheiro.



9. Contratos



É o meio que formaliza o acordo de aquisição de um bem patrimonial.



9.1 Tipos de contrato:



a) Contrato em aberto ou contrato guarda-chuva: nele as parcelas dos serviços ou fornecimentos são efetuadas no decorrer do tempo. Existindo a oportunidade de um novo serviço, uma ordem de serviço (OS) específica é assinada, definindo os prazos de entrega, ficando os preços unitários e demais condições definidas no contrato principal.

b) Contrato por cotas de fornecimento ou entrega: é aquele em que o cliente obriga-se adquiri certa quantidade fixa de um certo produto, por unidade de tempo.

c) Contrato de fornecimento em conta corrente: ao fim de um certo período de tempo, o fornecedor reúne todas as vendas efetuadas no período e emite uma única fatura, englobando toda a compra.

d) Contrato de fornecimento de serviços: ocorre quando o contratado fornecerá serviços, das mais variadas naturezas. Ao comprador cabe a análise da capacidade técnica dos profissionais que estarão envolvidos na execução dos serviços.

e) Contrato de intenção de compra: ocorre quando um fabricante, tendo desenvolvido um novo produto, procura clientes interessados na compra, já dispondo de estimativas de preço e prazos.



10. MRP (Materials requirements planing)



10.1 Conceito



MRP quer dizer planejamento das necessidades de materiais, que são sistemas de demanda dependente que calculam necessidades de materiais e planos de produção, para satisfazer a pedidos de venda previstos ou conhecidos.



MRP ajuda a fazer cálculos de volume e tempo baseados na idéia do que será necessário para suprir a demanda no futuro.



10.2 Processo envolvido no planejamento e controle MRP



MRP trabalha a partir de programas-mestres de produção que resumem o volume (quantidades) e os momentos dos produtos finais e serviços. O programa-mestre de produção é uma versão ligeiramente mais detalhada dos planos de capacidade agregados. Usando a lógica da lista de materiais de produtos e serviços (BOM) e os registros de estoque da operação, o programa da produção é “explodido” para determinar quantas submontagens e peças são necessárias e quando serão necessárias, visando cumprir o programa-mestre da produção.



Esse processo de explosão do programa-mestre de produção é chamado processo de cálculo das necessidades líquidas MRP. É realizado em diferentes níveis da estrutura do produto. Dentro do processo, a “programação para trás” leva em conta a lead time necessário para obter peças em cada nível da montagem.



10.3 Principais elementos de um sistema MRP



• Um sistema de gestão de demanda precisa realizar a interface com os consumidores para estabelecer as necessidades para o programa-mestre da produção.

• O programa-mestre da produção é uma fonte de referência central sobre o que se espera que o sistema produza e quando.

• Listas de materiais e informações sobre a estrutura do produto, com lead time, propiciam que o cálculo das necessidades seja feito.

• Registro de estoque contém as informações que permitem que os sistemas MRP compreendam onde o estoque está localizado e quais transações de emissão de faturas e recibos ocorreram para qual peça.

• O output do sistema de planejamento das necessidades de materiais engloba pedidos de compras, planos de materiais e pedidos de trabalho que disparam a compra e fabricação das peças.



10.4 MRP de “ciclo fechado”



Os sistemas MRP de ciclo fechado contêm ciclos de realimentação que garantem a viabilidade dos planos em relação à capacidade disponível.



10.5 MRP II e ERP (Enterprise Resource Planning)



• Os sistemas MRP II são um desenvolvimento do MPR I que integra muitos processos relacionados ao MRP, embora situado também em outras áreas funcionais que não a manufatura.

• Sem o MRP II, bases de dados separadas seriam mantidas para diferentes funções.

• Um sistema que desempenha mais ou menos a mesma função que o MRP II é o OPT. Ele é baseado na teoria das restrições, que foi desenvolvida para focalizar a atenção nos gargalos de capacidade da operação.

• ERP é possivelmente o desenvolvimento mais significativo derivado do MRP. Atualmente, usado por muitos tipos diferentes de empresas, integra as atividades de planejamento, vendas e marketing, finanças e recursos humanos.



11. Planejamento e controle Just in Time



O Just in Time é uma abordagem de operações que tenta atender à demanda instantaneamente, com qualidade perfeita e nenhum desperdício. É uma abordagem que difere das práticas de operações tradicionais à medida que enfatiza a eliminação de desperdícios e tempo de atravessamento rápido, ambos os quais contribuem para estoques baixos. A habilidade de fornecimento Just in time não só economiza capital de giro (mediante a redução de níveis de estoque), mas também promove um impacto significativo na habilidade da operação em aprimorar sua eficiência intrínseca.



11.1 Elementos da filosofia JIT



Como uma filosofia, o JIT pode ser resumido em três elementos que se sobrepõem:

- a eliminação do desperdício em todas as suas formas (isso é melhor visualizado como o tempo gasto durante o movimento de materiais, informação e consumidores pelo sistema);

- a participação de todos os funcionários no aprimoramento;

- a idéia de que todo o aprimoramento deve acontecer em um regime contínuo.



Uma característica comum da filosofia JIT é a remoção progressiva dos recursos (excedentes) de forma a permitir que a operação aprenda como gerenciar sem esses recursos.



11.2 Técnicas de JIT



As técnicas que são usualmente associadas com JIT (não especificamente relacionadas com planejamento e controle) são:

- desenvolvimento de práticas básicas de trabalho que apóiem a eliminação de desperdícios e o aprimoramento contínuo;

- projeto para manufatura;

- operações com foco definido que reduzam a complexidade;

- uso de máquinas simples e pequenas que sejam robustas e flexíveis;

- replanejamento do arranjo físico e fluxo que aumente a simplicidade do fluxo;

- emprego de manutenção produtiva total para encorajar a confiabilidade;

- redução de tempo de set-up e de troca para aumentar a flexibilidade;

- envolvimento de todos os funcionários no aprimoramento da operação;

-tornar qualquer problema visível par todos os funcionários;

- extensão desses princípios aos fornecedores.



11.3 Como usar o JIT para planejamento e controle



- programação puxada;

- controle Kanban [É um método de operacionalizar o sistema de planejamento e controle puxado. Kaban é a palavra japonesa para cartão ou sinal. Ele é algumas vezes chamado de “correia invisível” que controla a transferência de material de um estágio a outro da operação];

- programação nivelada;

- modelos mesclados;

- sincronização de fluxo.



O JIT também pode ser usado em operações de serviço, muitas técnicas anteriores são diretamente aplicáveis a operações de serviço, embora alguma adaptação seja eventualmente necessária.



11.4 Coexistência do JIT e MRP



Embora possam parecer abordagens diferentes de planejamento e controle, podem ser combinadas de diversas maneiras para formar um sistema híbrido. A maneira como podem ser combinados depende da complexidade das estruturas dos produtos, da complexidade de roteiros dos produtos, das características de volume-variedade da operação e do nível de controle exigido.



12. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

O regime de inventário permanente requer a atribuição de valores para as mercadorias e produtos estocados. Neste comentário abordaremos os três principais métodos de avaliação de estoques, conforme o exposto a seguir.

12.1. Método PEPS [o Primeiro a Entrar é o Primeiro a Sair]



Neste método são gerenciadas as entradas e saídas das mercadorias, controladas na Ficha de Estoque, à medida que ocorrerem as vendas, baixando as compras que ocorreram primeiro, considerando-se, portanto, que se venda primeiro as unidades que foram adquiridas primeiro.



EXEMPLO:



§ Consideremos que uma loja de roupas masculinas possua saldo final de estoque, no mês de Abril/2005, portanto, correspondendo ao estoque inicial do mês de Maio/2005, de 60 unidades de camisas sociais, adquiras para revenda por um preço unitário de R$ 24,60, perfazendo um valor total do estoque de R$ 1.476,00;



§ A movimentação de mercadorias, ocorrida no mês de Maio/2005, pelo método PEPS, ocorrerá da seguinte forma, registrada na respectiva Ficha de Controle de Estoque:





O Custo das Mercadorias Vendidas [CMV], portanto, é de R$ 2.113,30, sendo o valor do estoque final, no mês de Maio/2005, de R$ 130,50, transferido como estoque inicial para o mês de Junho/2005.



12.2. Método UEPS [o Último a Entrar é o Primeiro a Sair]



Ao contrário do método PEPS, o método UEPS gerencia as operações de entrada e saída de mercadorias, tomando por base a avaliação do estoque pelo valor da última compra.



Assim, como o método UEPS utiliza o custo mais recente para as baixas, o estoque final tende a ficar avaliado pelos valores "mais antigos", sendo o CMV maior do que o apurado pelo método PEPS.



Para este método cabe observar que a legislação do Imposto de Renda não permite seu uso para fins de apuração de resultado e respectiva tributação das pessoas jurídicas, visto poder evidenciar um custo maior e um lucro menor, em decorrência de inflação. Entretanto, se a administração da empresa reconhecer que o método UEPS é mais adequado gerencialmente, deve-se fazer o respectivo ajuste, ao fim do período de apuração tributária.



EXEMPLO:



§ Seguindo os mesmos dados do exemplo adotado para o método PEPS, consideremos que a movimentação de mercadorias, ocorrida no mês de Maio/2005, pelo método UEPS, ocorrerá da seguinte forma, registrada na respectiva Ficha de Controle de Estoque da referida loja de roupas masculinas:





O Custo das Mercadorias Vendidas [CMV], portanto, é de R$ 2.120,80, sendo o valor do estoque final, no mês de Maio/2005, de R$ 123,00, transferido como estoque inicial para o mês de Junho/2005.



12.3. Método da Média Ponderada Móvel



Os métodos anteriores, como se pôde observar, são de relativa complexidade de controle, sendo agrupados os seus valores por "lotes" de mercadorias adquiridas e vendidas, conforme as respectivas datas de entradas e saídas. Para se evitar isto, há a possibilidade de se avaliar os estoques por um custo médio, apurado dividindo-se o custo total do estoque pelas unidades nele existentes.



EXEMPLO:



§ Do mesmo modo que os exemplos anteriores, consideremos os mesmos dados adotados utilizados para os métodos PEPS e UEPS cuja movimentação de mercadorias, ocorrida no mês de Maio/2005, pelo método da Média Ponderada Móvel, ocorrerá da forma a seguir, registrada na respectiva Ficha de Controle de Estoque da mencionada loja de roupas masculinas:







O Custo das Mercadorias Vendidas [CMV], portanto, é de R$ 2.117,68, sendo o valor do estoque final, no mês de Maio/2005, de R$ 126,12, transferido como estoque inicial para o mês de Junho/2005.



Como observado nos itens acima, cada método apresenta um valor específico para o CMV e para o estoque ao final do mês de referência [transferível para o mês posterior]. Caberá, portanto, à administração da empresa decidir qual o método será o mais adequado à sua realidade, observando-se, todavia, que o método da média ponderada móvel é o mais utilizado no controle de inventário permanente.



13.CURVA DENTE DE SERRA

A representação da movimentação (entrada e saída) de uma peça dentro de um sistema de estoque pode ser feita por um gráfico em que a abscissa é o tempo decorrido (t), para o consumo, normalmente em meses, e a ordenada é a quantidade em unidades desta peça em estoque no intervalo do tempo (t). Este gráfico é chamado dente de serra.

Quantidade





consumo

Reposição



Tempo (T)

Este ciclo será sempre repetitivo e constante se:

• Não existir alterações de consumo durante o tempo t;

• Não existirem falhas que provoquem um esquecimento de comprar;

• O fornecedor não atrasar a entrega do produto

• Nenhuma entrega do fornecedor for rejeitado pelo controle de qualidade.

Considerando que na prática estas condições não ocorrem com uma freqüência, deve-se criar um sistema que absorva as eventualidades, para assim diminuir o risco de ficarmos com o estoque a zero durante algum período.

Elevar, simplesmente, as quantidades de estoque não será a solução mais adequada. Se determinássemos um ponto e, em conseqüência, uma quantidade que ficasse de reserva, para suportar os atrasos de entrega, as rejeições na qualidade e as alterações do consumo, a probabilidade de o estoque ir a zero, e assim não atender as necessidades de consumo/vendas, seria bem menor.

Graficamente - dente de serra utilizando o estoque mínimo (segurança)

Quantidade



consumo

Reposição



Estoque Mínimo (Segurança)

Tempo (T)

Deve-se ter bastante critério e bom senso ao dimensionar o estoque de segurança. Nunca esquecer que ele representa capital empatado e inoperante.

Dimensionamento dos níveis de estoque

• Estoque Mínimo (Segurança)

• Ponto de Reposição (Pedido)

• Estoque Máximo

• Lote de Compra

Nível estoque

Estoque Máximo

Consumo Lote Compra

Ponto Pedido

Estoque Mínimo

Tempo (T)

TR

É importante lembra os reflexos do estoque mínimo na determinação dos níveis de estoque e na imobilização de capital.

Estoque Mínimo, também chamado de estoque de segurança, é a quantidade mínima que deve existir em estoque, para manter ininterrupto o fluxo de venda e/ou consumo. Estas situações anormais podem ser, entre outras:

• Atraso na entrega por parte do fornecedor

• Falta de material no mercado

• Aumento das vendas e/ou consumo na produção



O estabelecimento de uma margem de segurança é o risco que a empresa está disposta a assumir com a ocorrência de falta de estoque.

• Estoque mínimo elevado pode gerar grau de imobilização financeira elevada e elevação dos custos.

• Estoque mínimo reduzido pode acarretar perda de vendas e paralisação da produção.

Pode-se determinar o estoque mínimo através de:

a) Fixação de determinada projeção mínima (projeção estimada de consumo) - 2 dias, 10 dias, 15 dias, 20 dias, 30 dias etc.

b) Cálculos e modelo matemáticos

14. Rotatividade ou giro de estoque



A rotatividade ou giro do estoque é uma relação existente entre o consumo anual e o estoque médio do produto.

A rotatividade é expressa no inverso de unidade de tempo ou em vezes, isto é, vezes por dia, ou por mês ou por ano.

O índice de giro pode também ser obtido através de valores monetários de custos ou de venda.

O grande mérito do índice de rotatividade do estoque é que ele representa um parâmetro fácil para a comparação do estoque, entre empresas do mesmo ramo de atividade e entre classes de material do estoque.

Para fins de controle, deve-se determinar a taxa de rotatividade adequada à empresa e então comprá-la com a taxa real. É bastante recomendável ao determinar o padrão de rotatividade, estabelecer um índice para cada grupo de materiais que corresponda a uma mesma faixa de preço ou consumo.





Exercícios



Julgue as questões abaixo, em certo ou errado:



Questão 01 (CESPE) Em tratando-se do setor produtivo, as atividades básicas da logística são Produção, Vendas e Transporte.



Questão 02 (CESPE) O estoque de segurança pode ser entendido como o estoque mínimo de produtos que a empresa terá de manter, com a função de cobrir as possíveis variações do sistema, entre eles um atraso em função do transporte.



Questão 03 (CESPE) Uma empresa que adotar critério do custo médio variável para avaliação do seu consumo de matéria-prima, terá um produto final com preço mais baixo em relação a uma empresa que adota o critério PEPS.



Questão 04 (CESPE) A representação da movimentação de um produto ao longo de um determinado período (meses) onde não haverá alteração no consumo e nem atrasos na reposição do estoque, será feita através do gráfico denominado Dente de Serra.



Questão 05 (CESPE) O gráfico Dente de Serra expressa a evolução do nível do estoque ao longo de um período de tempo.



Questão 06 (CESPE) Ponto de pedido é um método utilizado para identificar o limite máximo estocagem de estocagem de determinado item de estoque.



Questão 07 (CESPE) O estoque máximo não pode ser superior à soma do estoque mínimo com o lote de compra.



Questão 08 (CESPE) Tempo de reposição é o prazo médio necessário para se repor qualquer unidade de estoque, contado a partir do seu consumo.



Questão 09 (CESPE) Se um material apresenta consumo quinzenal de 60 unidades, estoque mínimo de um mês e tempo de reposição de 45 dias e não há pedidos pendentes de atendimento, então o seu ponto de pedido é de 300 unidades.



Questão 10 (CESPE) Considere que o consumo de determinado material por uma empresa, em 2007, tenha sido o que se descreve a seguir.













2007

Mês Unidades

Janeiro 300

Fevereiro 370

Março 420

Abril 460

Maio 480

Junho 490

Julho 510

Agosto 560

Setembro 580

Outubro 580

Novembro 570

Dezembro 560



Acerca dessa situação hipotética e de aspectos relativos à gestão de estoques, julgue os itens seguintes:

1. Se, em junho de 2007, a empresa citada tivesse utilizado o método do último período para a previsão de consumo para julho de 2007, essa previsão teria sido inferior a 510 unidades.

2. Caso, em 2008, essa empresa utilizasse o método da média móvel ponderada para a previsão de consumo do referido material, os dados de janeiro, fevereiro e março entrariam nesse cálculo com pesos menores que os dados de outubro, novembro e dezembro.

3. Caso o método da média móvel para 5 período tivesse sido utilizado para a previsão de consumo dessa empresa para janeiro de 2008, essa previsão teria sido inferior a 560 unidades, devido à tendência decrescente de consumo.

4. Caso essa empresa tivesse empregado o método da média móvel com ponderação exponencial para previsão do seu consumo em janeiro de 2008, os dados de janeiro a dezembro de 2007 teriam sido utilizados nesse cálculo.











01 – CERTA;

02- CERTA ;

03- CERTA;

04 – CERTA;

05 – CERTA;

06 – ERRADA;

07 – CERTA;

07 – CERTA;

08 – ERRADA;

09 – CERTA;

10 – E, C, E, E